Hoje venho falar de outro tema tabu… O suicídio entre nós e mais especificamente na adolescência. Como podemos utilizar a tecnologia para acessar pensamentos e sentimentos dos adolescentes?
Sabiam que de acordo com a Organização Mundial de Saúde, regra geral existem suicídios a cada 40 segundos por todo o mundo? Dá que pensar…
Pouco se fala sobre este tema. Na maior parte dos casos por medo. Medo de que se fale sobre o assunto e este se torne real ou seja concretizado.
Deixem-me que vos diga que é real. Muito real! Por muitos considerada uma epidemia silenciosa. As pessoas precisam saber falar sobre o tema de forma cuidadosa para entender os pedidos de socorro e desespero que são feitos.
O porquê desta série? Tem causado um ‘boom’ de opiniões desde que iniciou a emissão. A questão em causa não é se os pais irão ou não deixar os adolescentes verem a série, não é nesse ponto que vou aprofundar esta questão (até porque sabemos que eles de uma forma ou outra acabarão por vê-la em todo o mundo).
Quero-me focar em como podem falar com eles sobre a série e consequentemente, como podem falar sobre temas que não são falados tanto quanto se desejaria.
Esta série revela temas importantes e muito discutidos actualmente: bullying, suicídio, violência no namoro na adolescência, entre outros.
Sendo que estamos na era tecnológica vamos pensar em conjunto: como podemos usar estas séries como um recurso ou uma ferramenta para falar com os adolescentes?
É interessante falarem sobre como se sentiram ao verem este tipo de séries, ou como se sentiram a ler o livro que gostaram. Porque verdade seja dita, é difícil por vezes conversar com um adolescente. Estão cansados de pessoas que os criticam e sentem-se na maior parte dos seus dias, incompreendidos.
Quando um adolescente conta alguma coisa, devemos parar e ouvir. Devemos valorizar ao máximo o que nos dizem. Na série, Hannah, a protagonista que se suicída, refere muitas vezes que: “é um fardo para os pais”; “sinto-me perdida”; “não me importo com mais nada”; “preciso parar com tudo, com a vida”, etc.
Vamos pensar em paralelo com o nome da série, em 13 razões sobre como falar com os vossos filhos sobre estes temas:
P.S. Aviso que não vou ser spoiler e contar a série.
1- Que tipo de coisas te motivam a querer começar algo de novo?
2- O que achas interessante e que vai de encontro à vida que sonhas ter?
3- Sentes-te culpado(a) por alguma coisa?
4- Há algo que aches que possamos falar em conjunto?
5- Como é que reages ao que te preocupa?
6- Se fosses outra pessoa, o que te dirias nessa situação?
7- Que tipo de elogios (na série, um pacote de elogios) gostavas que te fizessem nessa situação?
8- Se pudesses escrever uma carta (no caso da série, um poema), o que escreverias?
9- Como é que tens ajudado quem está à tua volta? Como gostas de ser ajudado?
10- Sentes que recebes ajuda de quem gostavas de receber?
11- Quais são os teus valores?
12- Quais são as tuas redes de apoio e confiança?
13- Quando sentes que a tua vida está um caos, qual é o teu primeiro pensamento? Como te sentes com isso?
O suicídio tem uma taxa bastante alta entre os adolescentes. Não vamos olhar para isto como um assunto tabu. Vamos iniciar a educação sobre emoções que tanto tenho vindo a falar.
Acredito que o meu trabalho pode ajudar algumas pessoas.
E acredito que devemos trabalhar em conjunto e com um propósito de vida.
Se conhecem alguém que possa indicar ou dar sinais de suicídio, procurem ajuda.